segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Bailarina - Vitória Vasconcelos


Em êxtase, a doce bailarina dança;
De olhos fechados, mergulha numa valsa.
Com gestos suaves, mostra seus traços de criança.
Que se esconde na sua frágil armadura falsa.

No palco tristonho, solitária ela roda... Roda
Não tem mais público para aplaudi-la com assobios
Seus passos debilitados só denunciam e mostram
Que não está no apogeu que um dia subiu.

Sua face petrificada chora silenciosamente
Com saudades da glória que rápido evaporou.
Seus lábios monótonos anunciam tristemente
A morte fria do sucesso que um dia provou.

Não consegue mais sorrir, só espera a morte;
Da sua vida então agora sem o mínimo sentido.
Abandonada, desfalecendo cicatriza o corte,
Que com o anonimato e o ostracismo havia surgido.

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