terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Catedral - Vitória Vasconcelos


No interior das paredes cinzentas da velha catedral
Velhas beatas rezam fervorosamente o rosário
Uma criança feliz põe na caixinha uma moeda de 1 real
O silêncio abriga-se na paz dentro do santuário

Um idoso tristonho, ajoelhado reza arrependido
As lágrimas vertem e deslizam no seu rosto marcado
Um cão magro fica por baixo dos bancos, escondido
Os mendigos dormem nas escadarias deitados

O padre vaga lentamente contemplando a via-sacra
Os passantes rápidos molham os dedos na água benta
Os vitrais torna a catedral ainda mais mística e sagrada
E as estátuas dos anjos sublimes mostram-se sonolentas

Chicletes nos bancos discretamente lá colocados
Belos cantos gregorianos elevam almas às alturas
Santos presos nas paredes, senhores prostados
O aconchego e a paz conquista as pequenas criaturas

Os pombos na torre, sobrevoam e pousam humildes
O sol, pobre pecador, indigno entra um pouco adentro
Suave, entra pacificamente nas pontas dos pés, o vento
Ao encontro de Jesus na cruz, humilhado e triste

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