terça-feira, 18 de setembro de 2012

Poesia - Vitória Vasconcelos



A poesia é , da minha pequena alma, as asas
Com ela, minha mente está em pleno voo
Não são asas de cera, nem asas de água
São asas de carne, plumas e da vida, o sopro

Paupérrima é a cabeça daqueles alineados
Que sem a poesia, vêem um mundo bruto e duro
A poesia expande meus olhos, num abraço
Ela é singela, um elógio e um insulto

Poeta não sou, e de poeta, não tenho nada
Nem boca, nem nariz, nem pâncreas
Nem pulmões, rim, língua e garganta
Somente minha pequena e desnutrida alma

Da família, deserdada; da lei, perseguida
Da escola, a suspensa; da rua, atropelada
Dos pensamentos, insana; da lingua, ferina
De isolada, depressiva; de fome, enfraquecida