quinta-feira, 26 de julho de 2012
Morte - Vitória Vasconcelos
Vem, ó morte, vem de encontro aos meus braços
Vem correndo e ligeira bater em minha porta
Beijar minha boca e esconder-me no teu abraço.
E carregar-me e levar-me nua e já morta.
Chegas bailando e rodopiando uma canção francesa
Me fita com olhos devoradores e bastante vivos
Oferece-me uma xicara de café numa mesa
Teu sorriso irônico é o ponto onde mais fito
Vestindo retalhos vermelhos, faz-me adormecer
Me ver a dormir com olhos amorosos e fatigados
Canta uma canção de ninar até o amanhecer
Aonde acordarei nova, disposta e sem cansaços
Correremos na matina até alcançar o céu
Que se localiza logo ali no horizonte
Beberemos o vinho tinto misturado ao fel
E com pão, matarei e saciarei a fome
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